Pular para o conteúdo principal

Carta aberta à sociedade



A sociedade humana vive, no século 21, os dilemas e as esperanças de uma civilização construída sobre os desatinos e os avanços incomparáveis da ciência, da arte e do conhecimento em geral sobre a natureza. Mas chegamos ao limite e precisamos de uma transformação radical na economia. Trata-se de construir uma civilização cujo modelo de produção e consumo preserve as riquezas naturais, inclua milhões de pessoas até agora à margem de qualquer progresso e garanta os recursos necessários para uma sociedade justa e sustentável, objetivo de todos nós.

O Brasil pode ser liderança neste processo por vários motivos: possui a maior floresta tropical do mundo; a matriz energética tem fontes renováveis e limpas; e os recursos ainda incontáveis da biodiversidade garantem a base para as inovações tecnológicas necessárias ao novo modelo em construção. No entanto, o que estamos fazendo com tudo isso? Ignorando nosso maior patrimônio para o século 21 e, ao agir assim, condenando o país a um papel secundário no novo mundo da sustentabilidade que está surgindo.

Nossa enorme perplexidade é verificar que, no início de um novo século, com os desafios que temos, ainda existam políticos e empresários descomprometidos que se apropriam do Estado para benefício particular, privilegiando o lucro imediato à custa do interesse maior da nação brasileira. Esta falta de visão de futuro fica ainda mais evidente com os ataques que a legislação ambiental brasileira vem sofrendo. A aprovação, no Congresso Nacional, da MP 458, conhecida como MP da Grilagem - que, entre outras medidas, promove a legalização de terras ilegais, é a mais recente demonstração de que há um projeto em andamento para desmontar a agenda ambiental duramente conquistada nos últimos anos e que dá ao Brasil posição privilegiada para enfrentar as consequências das mudanças climáticas.

A quem interessa o desmatamento? A sociedade brasileira precisa se mobilizar para separar o joio do trigo. Nós, participantes da Conferência Internacional do Ethos, podemos afirmar enfaticamente que a maioria das empresas aqui instaladas está interessada em promover negócios responsáveis e, junto com as demais forças da sociedade civil organizada, vem buscando o desenvolvimento sustentável.

Infelizmente, ainda há os que fazem o contrário. Para estas pessoas, ambiente é obstáculo. Nós , no entanto, queremos enfatizar que o Brasil hoje tem enorme importância no mundo por ser um dos países com maior patrimônio ambiental ainda preservado e, portanto, com maior potencial de desenvolvimento econômico e social sustentável. Por isso, aqui reunidos neste ato público, manifestamos nossas intenções de:

- Conclamar a Presidência da República a vetar os três artigos da MP 458, conforme a Carta Aberta da senadora Marina Silva encaminhada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva

- Conclamar o presidente Lula a assumir a liderança da agenda ambiental como central na estratégia do desenvolvimento social e econômico do Brasil;

- Conclamar o Congresso Nacional a assumir sua responsabilidade frente à agenda ambiental brasileira;

- Conclamar as empresas a incorporar a agenda ambiental como estratégia de seus negócios.


São Paulo, 18 de junho de 2009

Conferência Internacional Ethos 2009



[texto nao eh meu obvio, mas axei q vale a pena ler]

creditos para http://passaboipassaboiada.blogspot.com/

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

E agora, Y?

Bem vindo sejas tu, que está prestes a ler um pouco mais sobre o grupo ao qual possivelmente pertenças, a Geração Y, e sobre o comportamento destes caras no mercado de trabalho. Sociologicamente definidos como os nascidos entre o fim da década de 1970 e o início da década de 1990. Enfim, aqueles que estão ingressando agora ou ingressaram recentemente no mercado de trabalho. Mas isso é sociologia. Geração Y está muito ligado àquilo que sentimos e como agimos , desprendendo-se de datas (vamos lembrar que quem estabeleceu essas datas foi a Geração X). Pertencer a este grupo é muito mais para quem tem atitudes e sentimentos que dizem respeito a este grupo do que um dado da certidão de nascimento (se tu não concordas com isso, não discutirei. Fadiga) Geração Y : se tu chamas teu chefe de cara, se tu te interessas por um trabalho pela possível promoção e pela possibilidade de aumento, ao invés do cargo e salário iniciais, se tu não suportas fazer sempre a mesma coisa, se tu amas a inter...
Imagem pagina O Barão (facebook)           Hoje durante todo o dia acompanhei as manifestações a respeito do 11 de setembro nas redes sócias. Confesso que me espantei um pouco com alguns comentários no mínimo equivocados sobre o episódio. Algumas pessoas insistiram em fazer uma comparação infeliz entre o atentado terrorista ao World Trade Center em 2001 e o ataque nuclear às cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki no final da 2° Guerra Mundial.           Confesso que fiquei incomodado com as declarações do tipo “Tentam nos fazer acreditar que o 11 de setembro foi a maior tragédia humana, mas esquecem das pessoas que morreram em Hiroshima” ou mesmo “Morrem muito mais pessoas todos os dias do que no atentado de 11 de setembro”. Eu me pergunto o por quê desse tipo de atitude? Por quê fazer pouco caso da tragédia alheia?           Será por raiva dos Estado...
Sobre o dia 11 de julho de 2013 Engraçado, depois de semanas de protestos estudantis (leia-se população em geral), os sindicatos terem resolvido se manifestar. Mais engraçado ainda é o fato desses protestos não acontecerem no dia em que os estudantes haviam marcado manifestação semelhante.  Estariam as entidades sindicalistas tentando se fazer ouvir para demonstrar que ainda estão vivas e atuantes? Isso até pode ser verdade, no entanto duvido que elas representem interesses que não os seus próprios. Com o passar dos anos, essas organizações que destinam-se a discutir e lutar pelos direitos de parcelas muito específicas da sociedade, que sempre buscaram o diálogo com outras instituições, que foram símbolo de luta por muitos anos, hoje restam vencidos, entregues a um partidarismo cego na maioria das vezes. É por isso que hoje, diferente do que ocorreu há algumas semanas atrás, vimos um movimento que parou muitas cidades, teve grande impacto na vida dos trabalhadores...