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Feitos de que?


        Tenho procurado minha essência. Não minha essência como ser humano, metafísicamente falando, mas como escritor. Fico pensando nos escritores que leio, até já falei sobre isso aqui certa vez, falei sobre como se faz um bom texto, sobre inspiração e tudo mais, contudo hoje eu falo sobre a maldita essência ou estilo. Vejo Verrisímos, tanto pai quanto filho, cada um com seu estilo, sua essência. Enquanto um é nosso mestre romancista que desvendou melhor do que ninguém a alma do gaúcho e seu modo de vida, o outro se faz presente como um memorável cronista, não que o primeiro não tenha feito outras coisas, haja visto seus contos, tampouco o segundo não é apenas cronista, aventurou-se pelo romance e até mesmo em charges de jornal, entretanto ambos nunca deixaram de ser essencialmente romancista e cronista.
                Da mesma forma vejo escritores como Paulo Coelho, José Saramago, David Coimbra, Neil Gaiman, Tolkien, J.K. Rowling, Kafka, Fernando Sabino, Woody Allen, enfim, vários dos que leio, dos que já li e dos que ainda vou ler com certeza, todos eles trazem consigo características únicas que os diferenciam dos demais. Da mesma forma que conheço vários que se esforçam ao máximo para ter seu estilo, mas para estes parece impossível, por mais que tentem, por mais que se esforcem e coloquem todo seu empenho nas palavras não conseguem um estilo próprio. Mesmo sem querer, parecem sempre estar copiando alguém.
                Em meio a textos, poemas, contos, crônicas, entrevistas e “twittadas” estou eu. Mas qual minha essência? Quais as minhas características indeléveis que fazem meus textos serem meus e não de outra pessoa? Dizem que leva muito tempo até ela se formar, pois eu penso o contrário! Mario Quintana já nasceu Quintaneando por aí com toda certeza, Gabriel García Marquez sempre teve em si e no seu caminho pensamentos que o levariam ao Nobel! Até mesmo o já citado Paulo Coelho, por mais controverso que seja, em seus tempos de música já tinha um pouco de mago.
                Então, mesmo correndo o risco de ser repetitivo por aqui eu digo, ou melhor, pergunto:
                De que são feitos os bons escritores?
Obrigado pelas visitas!

Escrevi esse texto a um bom tempo. Ele ficou perdido por ai, encontrei ele essa semana e resolvi publicar. Espero que tenham gostado.

Comentários

  1. Pois é, uma pergunta difícil de responder.
    Alguns parecem feitos de imaginação fértil, outros de senso de humor, alguns poetas de sutileza e sentimentos, e por aí vai...

    Essência... se eu achar a tua depois de devorar o blog eu te conto ;)

    ps: tens Skoob, a tua lista de escritores foi grande e boa o suficiente para eu querer te ter como amigo por lá!

    Beijo.
    Cíntia T.

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