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Há poucos dias, em uma viagem de trem, me peguei a pensar sobre tecnologia. Lembrei que há doze anos falava com meus então colegas do técnico em eletrônica sobre a possibilidade de haver uma rede de computadores sem fio, pensávamos que aquilo seria o máximo da tecnologia. Hoje vejo meus sobrinhos caminhando pela casa com seus tablets e celulares, usando a Wi-Fi como se fosse a coisa mais comum
do mundo, como se aquilo sempre tivesse existido.

        Comentei em casa que estou atrás de um toca discos para comprar, quero começar uma coleção de discos de vinil. Nessa hora um deles me perguntou o que é um disco de vinil? Respondi que eram dvd's gigantes, mas que só tocavam musicas, ele ficou espantadíssimo!

        Hoje li uma reportagem que diz que o atum está desaparecendo dos mares do norte e corre  risco de extinção. Fiquei chateado, gosto de sanduíche de atum!

        Logo depois me dei conta de que pode ser que meus filhos, que ainda nem exitem, podem nascer em um mundo sem bacalhau e atum. Ai em algum momento no futuro eu poderei dizer que gostava tanto de sanduíche de atum e eles não vão saber o que é isso! Como se não bastasse o fato de meus sobrinhos pré-adolescentes não saberem o que é um disco de vinil, meus filhos não vão saber o que é um atum... com a diferença de que não vamos poder criar um outro peixe para substituir o atum.

        Nesses meus 25 anos já passei por uma virada de século, pela extinção do vinil, da fita K7, VHS e até mesmo do DVD. Mas o que nunca poderia esperar é que fosse viver para ver a extinção do meu sanduíche de atum. O mundo deve mesmo estar próximo do fim.

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