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Dia do Escritor

           
 Confesso que escrever sempre me foi uma tarefa prazerosa, mas ao mesmo tempo muito trabalhosa, nunca tive muita técnica, isso sem falar na paciência de revisar tudo. Quase todos os textos que publiquei aqui são frutos de inspirações repentinas. Acho, inclusive, que já escrevi sobre isso aqui no Ermitão. Em todo o caso, como eu ia dizendo, sempre que tentei parar para escrever uma coluna mais elaborada o resultado foi o pior possível. É por isso que sempre admirei as pessoas que vivem da escrita, principalmente aqueles que escrevem diariamente sem precisar do sopro de inspiração de que eu preciso.


          Ou melhor, alguns deles precisam de inspiração assim com este que vos escreve. O Pablo Neruda, meu xará, além de inspirado, não conseguia escrever nada se a tinta que usava não fosse verde. O escritor jamais escrevia com tinta azul ou preta, todos os seus originais foram escritos em verde como um símbolo de sua esperança por um mundo melhor. A fixação do Pablito pela tinta verde era tão grande que certa vez durante a guerra espanhola seu tinteiro ficou vazio no meio de um poema e ele simplesmente parou de escrever. Dez dias depois, quando conseguiu comprar mais tinta verde a inspiração já tinha passado e ele nunca terminou aquele texto.

          Mas apesar de alguns não precisarem de inspiração (ou de tinta verde), as manias que eles tinham eram no mínimo diferentes. A Agatha Christie, por exemplo, só escrevia na banheira. Durante muito tempo jornalistas pediram pra fotografar ela enquanto escrevia, mas Agatha nunca topou a foto e ninguém entendia por quê? Aqui pelo Brasil a banheira também era o lugar preferido do Vinicius de Moraes, ele sentava na banheira com a máquina de escrever e o copo de uísque do lado e ficava horas escrevendo. O mais engraçado é que eu conheço muita gente que diz ter as melhores idéias durante o banho. Por que será?

                                           

          Outro meio excêntrico era o Alexandre Dumas, ele sofria do mesmo mal que vários de nós, era um procrastinador compulsivo. Adorava dar longos passeios por Paris e comer maçãs. Para conseguir terminar os livros entregava todas as suas roupas para um criado para não poder sair de casa, ordenando que só lhe fossem devolvidas com o livro pronto.


         Finalmente, o Robert Louis Stevenson teria tido a ideia do Medico e o Monstro por causa de um sonho que teve enquanto estava com febre. O mais louco de tudo é que dizem que ele escreveu o livro inteiro em apenas três dias, com a ajuda de grandes porções de cocaína. Quando terminou mostrou o livro para a mulher que não gostou de como tinha ficado e fez ele escrever tudo de novo!!

          Por essas e por outras pessoas que a profissão de escritor merece nosso reconhecimento. Aliás! Como vocês devem ter percebido esse texto não saiu de uma vez só pela inspiração, teve bastante pesquisa e quase nada de revisão, vitória!
    

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