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Quando se ouve o som abafado, vindo de longe, ritmado, cadenciado para dar o compasso da marcha e do movimento das mãos, logo se percebe que não é de tão longe assim que ele vem. Basta seguirmos um pouco para o norte e logo o som fica mais alto. Ao mesmo tempo as primeiras flâmulas e estandartes começam a despontar no horizonte, também se passa a ouvir o burburio que acompanha a batida, ele fica cada vez mais nítido a medida que avançamos pelos campos relvados com o arvoredo alto ao fundo.

Quando chegamos ao topo da velha escadaria a visão que se tem é repleta de cores. Os clãs que se preparam com tanto afinco para a batalha que se aproxima insistem em tornar a cena espetacular, cheia de sons, vozes e timbres. As distâncias são demarcadas e respeitadas para a segurança dos preparativos, mas a eminência da batalha é sensível, mesmo se observando de longe.

Os grupos procuram o combate, mesmo separados estão em constante disputa, o respeito entre eles é mutuo e, no entanto, repleto de desafio.

Assim, os dias passam, os castelos se fortificam e a tensão no ar passa a aumentar a cada minuto. O dia do confronto chega, mais uma vez as batidas dão o compasso da marcha. Seguindo o ruflar de seus tambores as flâmulas flutuam pelo ar e com elas seus exércitos avançam em direção um do outro, rumo ao campo de batalha. Ao se encontrarem, o silencio é absoluto, respeitosamente os generais se encontram ao centro de tudo, suas legiões guardando suas costas, eles se cumprimentam. Um a um os exércitos bradam seus hinos exaltando suas bandeiras. A batalha começa. E mais uma vez cada um luta por sua honra, defendendo suas cores. Assim são anualmente as batalhas no alto da montanha.

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