Pular para o conteúdo principal




            As pessoas que acompanham as postagens do Ermitão já devem ter percebido que, no geral, não costumo escrever sobre a minha vida. No entanto, hoje resolvi falar um pouco sobre um hábito que tenho desde pequeno, a leitura.

            Lembro que mesmo antes de aprender a ler já gostava de livros. Tive a sorte de ter uma mãe que lia para mim antes de dormir e que sempre me incentivou a cultivar esse hábito. Ela sentava ao pé da minha cama, eu era muito pequeno mesmo, 4 ou 5 anos talvez, e lia algum dos livros da coleção de contos de fadas que me comprara quando eu ainda era bebê.

O primeiro livro que li sozinho foi um livro chamado Reinações de Narizinho do Monteiro Lobato. Lembro do orgulho que senti ao entrar na biblioteca da escola e escolher um livrão com mais de cem páginas, todas amareladas e com aquele cheiro de livro velho que se tornaria tão conhecido e apreciado por mim. Lembro também do orgulho com que mostrei o livro para meus pais quando cheguei em casa naquele dia.

Demorei duas semanas para chegar ao fim do meu primeiro livro, depois disso perdi a conta de por quantas páginas amareladas acabei passando os olhos...

Engraçado, depois desse, li todas as outras histórias do Sítio do Pica Pau Amarelo, elas foram a forma com que tive o primeiro contato com boa parte da cultura do Brasil e que ajudaram a consolidar meu hábito de leitura.

Sinceramente não entendo como agora, 81 anos depois de lançado o livro, queriam acusá-lo de racismo, será que antes de 2012 ninguém teve a capacidade de identificar o viés preconceituoso e incentivador do ódio racial do Lobato?

Ora, façam-me o favor! O Sítio do Pica Pau Amarelo é uma das mais originais e criativas manifestações da literatura brasileira, na minha humilde e iletrada opinião. As histórias de Emilia, Pedrinho, Narizinho, Visconde e todo o resto revelam a forma mais gostosa do ser criança sem preocupações, envolvido em um mundo mágico que Harry Potter nenhum jamais conseguirá superar!

Não conheço uma pessoa sequer, que já tenha lido as histórias do Sítio e não tenha morrido de vontade de comer os bolinhos de chuva da Tia Nastácia, a melhor cozinheira do mundo! Ou não tenha querido estar com Pedrinho em suas caçadas, ou ainda que não tenha aprendido o respeito aos mais velhos com a sabedoria de Dona Benta.

Hoje acusam Lobato de cometer racismo com Tia Nastácia, mas esquecem que ele nos deu essa negra de presente para nos mostrar que família não são somente aquelas pessoas que tem o mesmo sangue que nós, e que quando se percebe isso, também se percebe que a cor da pele não faz diferença alguma.  

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Do the evolution?

I'm a thief, I'm a liar There's my church, I sing in the choir (hallelujah, hallelujah) Bom aqui estou eu, demorei um pouco mas finalmente eis algumas linhas do m eus pensamentos. Venho me perguntando à algum tempo para onde nosso sociedade está caminhando, globalização, aquecimento global, e outros temas em moda me preocupam muito. Como já foi dito no primeiro texto não acredito nessa onda ambientalista que vem surgindo, e tão pouco posso crer está seja a solução! De nada adianta passeatas ambientalistas e carnaval sobre catástrofes ecológicas, o problema esta muito além, nossa sociedade capitalista chegou ao seu auge em matéria de consumismo nunca a tecnologia e a ciência se depararam com avanços tão rápidos, qualquer produto considerado lançamento hoje se torna obsoleto antes do fim das suas prestações. Vejamos um exemplo simples do que me preocupa, a primeira chamada feita de um celular foi realizada em 3 de abril de 19 73 , e em 1 de janeiro de 20 09 , você já pod

Hellmann’s?!?!?!?

"Algumas vezes me pergunto o que torna uma marca para sempre!" esse foi o pensamento do criador da Harley Davison quando estava prestes a criar o modelo de motos mais famoso do mundo. Ele investiu em uma coisa única, o ronco de uma Harley Davison é algo inconfundível, enquanto seus concorrentes eliminavam a todo e qualquer custo os barulhos, ele criou um som tosco e estranho que se tornou uma marca. Agora eu que me pergunto, pra onde foi isso? a um tempo atrás que eu bem me lembre, as coisas eram autenticas, hoje em dia uma marca se torna poderosa pelo seu poder de propaganda, e não pela sua inovação criativa ou qualidade. Consumimos rótulos, consumimos a televisão, eu tinha uma visão limitada desse poder até a um mês atrás, meus olhos ao poder da propaganda foram abertos pelo meu irmão mais novo. Deixe eu lhes contar esta rápida história. Quando colocado na mesa uma Maionese de uma marca qualquer meu irmão olhou para a embalagem e fez cara feia "Ha! não tem hellmann